terça-feira, maio 17, 2005

Antiproibicionismo Já!

Segue ai um texto do nosso colaborador prêmio revelação, Daniel Paiva - autor do manifesto em quadrinhos "De Volta as raizes" estrelada por ninguém menos que Pateta e Mickey na quase esgotada segunda edição da Tarja Preta. O texto diz respeito à marcha pela legalização da maconha que rolou no Domingo dia 8 de Maio:



Marcha pela legalização da Maconha

Cheguei por volta das 5 e meia no arpoador, uma hora depois do que estava marcado (como diz o sábio Matias Maxx “não dá pra exigir pontualidade da classe”) e vi ao longe a passeata saindo. Algum transeunte que andava pelo calçadão comenta: “ih alá, movimento basta?” mas se corrige logo depois: “ih não! É basta de guerra às drogas!” se referindo à grande faixa que vinha na comissão de frente do pessoal do MNL (Movimento Nacional pela Legalização). Me juntei à passeata que este ano contava com umas cento e poucas pessoas, muito mais que a do ano passado que contou com mais imprensa do que participantes.

Os gritos de ordem estavam muito politizados: “ô deputado, toma vergonha, legaliza a maconha” e “basta de morte, basta de prisão, queremos já a legalização” eram os únicos e foram gritados à exaustão. Faltou o pouco de fanfarronice que caracteriza o movimento! Tentei puxar um “você aí parado também fica chapado” que provocou risos nos que estavam em volta mas não foi acompanhado. Também não rolou o “experimenta, experimenta!” do ano passado. Parecia que havia um certo medo de fazer “apologia” e o politicamente correto imperava. O mais divertido foi o já clássico “eu sou maconheiro com muito orgulho com muito amor!” Mas só.

Como sempre a marcha terminou no posto 9 para uma “ação direta”. Mas dessa vez a organização foi esperta e preparou um luau por lá, o que chamou muito mais gente do que a marcha propriamente dita. E foi só nesse momento que chegou o ilustre Matias Maxx, um verdadeiro astro do movimento canábico carioca, posando para vários fotógrafos com sua bandeira do Capitão Presença e fazendo jus à sua máxima: “não dá pra exigir pontualidade da classe”. Mas ação direta dá pra exigir! E o Matias como boa identidade secreta do Cap. Preza salvou o dia mais uma vez.

Daniel Paiva


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